Debate na Gaúcha: propostas dominam discussões, com Melo e Rosário como principais alvos
- gpotatostaff
- 26 de set. de 2024
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Com o primeiro turno das eleições se aproximando, os principais candidatos à prefeitura de Porto Alegre participaram de um debate promovido pela Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (25). O encontro, que durou duas horas, contou com a participação de Felipe Camozzato (Novo), Juliana Brizola (PDT), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB), que apresentaram suas propostas e trocaram críticas.
Embates Diretos e Alvos Preferenciais
Mediado pela jornalista Andressa Xavier, o debate realizado nos estúdios da RBS TV foi marcado por embates diretos entre os candidatos. Sem restrições para a escolha de interlocutores, Melo foi o alvo preferido de Rosário e Juliana, enquanto o candidato do MDB e Camozzato frequentemente escolheram Rosário como foco de suas críticas.
Questão da População em Situação de Rua
O debate começou com perguntas elaboradas pela produção da Rádio Gaúcha. Maria do Rosário foi a primeira a falar, abordando a questão da população em situação de rua. A candidata prometeu reforçar a assistência social e relembrou o trágico incêndio na Pousada Garoa, que causou 11 mortes em abril.
Em resposta, Melo mencionou a resistência ao acolhimento dessas pessoas e responsabilizou o governo federal por não contribuir suficientemente com políticas de assistência. Ele também ressaltou que a Pousada Garoa foi contratada por meio de licitação.
— Não dá para dizer que a senhora não tem responsabilidade. Essa política de acolhimento começou no governo Tarso Genro (PT) — disse Melo.
— Fico estupefata que o senhor queira transferir a responsabilidade da pousada Garoa para mim. O prefeito não é o presidente Lula, não é o governador, é o senhor — respondeu Rosário.
Prevenção a Enchentes
Camozzato convidou Rosário para discutir o sistema de prevenção a enchentes. A candidata do PT prometeu "recuperar a inteligência instalada" que existia com o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), extinto em 2017. Camozzato, por sua vez, destacou a necessidade de construir diques e atualizar cotas de enchente.
— É absurdo que as casas de bombas não tenham sido protegidas e não tenham sido contratados nem geradores — criticou Rosário.
— Entrava em torno de três vezes mais água na cidade do que o sistema de drenagem era capaz de tirar — contrapôs Camozzato.
Déficit de Vagas em Creches
Quando o tema foi o déficit de vagas em creches, Juliana Brizola selecionou Melo para responder. O prefeito destacou que, durante seu mandato, foram abertas mais de 7 mil vagas para crianças de zero a cinco anos. Juliana, no entanto, criticou a gestão de Melo, lembrando que ele foi vice-prefeito e prefeito e, ainda assim, não conseguiu solucionar o problema.
— Com o Melo, tudo o que é bom foi ele quem fez, mas tudo o que deu errado é culpa do governo estadual, do governo federal, da "mãe do Badanha", mas não dele — ironizou a pedetista.
— O povo de Porto Alegre me conhece muito bem. Sou um prefeito que tenho atitude. A senhora está confundindo posicionamento com atitude — retrucou Melo.
Debate Sobre Transporte Coletivo
Na última rodada, os candidatos debateram o transporte coletivo. Rosário criticou o sistema de ônibus da capital, chamando-os de "latas de sardinha" e mencionando falhas nos horários. Melo, por sua vez, destacou que a tarifa de ônibus está congelada há três anos.
— A senhora prometeu a passagem zero para as pessoas, mas o custo do sistema é de R$ 750 milhões por ano. Ninguém é contra a tarifa zero, só quero saber quem vai pagar a conta — questionou Melo.
— O senhor desestruturou o sistema retirando cobradores e repassando R$ 130 milhões (às empresas), que é uma caixa-preta — rebateu Rosário.
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