Palmeiras busca R$ 150 milhões em novos patrocínios e pode encerrar parceria com Crefisa em 2025

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou que até o início de outubro de 2024, o clube deverá definir quais marcas irão patrocinar o uniforme da equipe masculina a partir de 2025. A expectativa é que as empresas Crefisa e Faculdade das Américas (FAM), ambas de propriedade de Leila, não estejam mais estampadas na camisa do time após 10 anos de parceria.

Meta de R$ 150 Milhões com Novos Patrocinadores

Durante o lançamento de sua candidatura à reeleição, Leila não revelou valores exatos, mas fontes indicam que o Palmeiras busca arrecadar cerca de R$ 150 milhões com novos patrocinadores. Ao contrário do contrato atual, que garante exclusividade à Crefisa e FAM, o clube pretende fechar acordos com múltiplas empresas, o que pode gerar um aumento significativo nas receitas. Atualmente, o Palmeiras recebe R$ 81 milhões fixos por ano dessas patrocinadoras, podendo chegar a R$ 120 milhões com bônus por conquistas.

Esse valor é o mesmo desde 2019, sem reajuste na última renovação de contrato em 2021, e cobre todas as áreas do uniforme.

Concorrência Aberta no Mercado

O departamento de marketing do Palmeiras está finalizando a concorrência para selecionar novas marcas. Os nomes das empresas interessadas são mantidos em sigilo, mas a expectativa é preencher todas as áreas disponíveis no uniforme com novos parceiros. Embora o contrato atual permita que a Crefisa e a FAM cubram as ofertas de outras empresas, a indicação é de que ambas não deverão continuar nem com patrocínios menores.

— Meu diretor de marketing está no mercado buscando parceiros. Daqui a uns 10 dias isso será resolvido em termos de valores. Se a Crefisa decidir cobrir a proposta, levarei ao Conselho de Orientação e Fiscalização, pois não posso, como presidente do Palmeiras, aceitar diretamente uma proposta da Crefisa — explicou Leila.

Conflito de Interesses e Transição Saudável

Leila destacou que a decisão de levar a proposta ao conselho deve-se ao fato de ela ser presidente tanto do Palmeiras quanto da Crefisa e FAM. Essa dupla função é vista como um potencial conflito de interesses por seus opositores, uma questão frequentemente levantada durante sua gestão.

As negociações anteriores entre o Palmeiras e as patrocinadoras sempre foram conduzidas por outros presidentes do clube, como Paulo Nobre e Maurício Galiotte. A última renovação de contrato ocorreu em 2021, antes de Leila assumir a presidência.

— Acho saudável termos outros parceiros. Tudo na vida tem um ciclo, e o ciclo da Crefisa no Palmeiras pode estar chegando ao fim — comentou Leila.

Ela também reforçou que, mesmo que a Crefisa deixe de patrocinar o clube, sua relação com o Palmeiras continuará forte: — Pode ser que a Crefisa saia da camisa do Palmeiras, mas o Palmeiras jamais sairá da minha vida. Continuarei ajudando o clube como puder.

Renovação com a Puma e Acordos Importantes

Em julho, o Palmeiras renovou seu contrato com a Puma para o fornecimento de material esportivo, garantindo mais de R$ 40 milhões anuais ao clube até 2028.

Patrocínios de Casas de Apostas

A Esportes da Sorte e a Betnacional demonstraram interesse em patrocinar o Palmeiras, mas não conseguiram avançar nas negociações. Isso gerou questionamentos sobre se o clube estaria evitando parcerias com casas de apostas, que se tornaram grandes investidores no futebol brasileiro.

O Palmeiras, no entanto, segue em diálogo com algumas dessas empresas, mas com cautela para avaliar a trajetória de cada uma.

Fim da Dívida com a Crefisa

Além do possível encerramento do patrocínio, 2024 deve marcar o fim da dívida do Palmeiras com a Crefisa, referente ao aporte financeiro feito para a contratação de jogadores. Em julho, o clube ainda devia R$ 9,3 milhões, mas a expectativa é de que esse valor seja quitado até o final do ano.

A dívida chegou a R$ 172,1 milhões em 2019, mas tem sido reduzida com o pagamento de bônus por títulos conquistados e a venda de jogadores contratados com o apoio da Crefisa.